O POEMA da 'MENTE'
Há um primeiro-ministro que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão nacional/mente,
Que acha que mentindo história afora,
Nos vai enganar eterna/mente.
domingo, 9 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
CARPE DIEM
Num momento de descontracção, o grande poeta Carlos Drumond de Andrade
escreveu:
'Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de
apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me
fizeste ontem. A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando,
sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu
corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,
aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos
lugares. Eu adormeci. Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente,
mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que
entre nós ocorreu durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na
mesma cama te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando
vir sair o sangue quente do seu corpo. Só assim, livrar-me-ei de ti,
mosquito Filho da Puta!'